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Data

19.08.2021 10:00 am - 31.10.2021 5:00 pm

Sombras - O Lado Obscuro das Berlengas

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Descrição

 [Fotografia de Cláudia Andrade]

 

“Ninguém se ilumina imaginando figuras de luz, mas sim, abraçando a escuridão”.
– Carl Jung –


O arquétipo da sombra representa, de acordo com a psicologia analítica de Carl Jung, o “lado sombrio” da nossa personalidade. É o submundo conturbado da nossa psique que contém os nossos sentimentos mais primitivos, os instintos mais reprimidos e o “eu escondido” que a mente consciente rejeita e faz mergulhar no abismo mais profundo do nosso ser.
Este é o sentimento de disputa que travamos connosco quando trabalhamos com as nossas frustrações, com os nossos medos, inseguranças ou ressentimentos e uma das formas de alcançar o bem-estar, a cura e a liberdade pessoal é torná-las conscientes e enfrentá-las.
Este é um projeto que visa demonstrar através da fotografia, uma forma de enfrentar as sombras que um lugar pode criar no nosso inconsciente e torná-lo uma libertação pessoal, tanto ao nível de desprendimento dos nossos medos, como da demonstração criativa uma vez que, segundo Carl Jung, as sombras podem ser processos criativos reprimidos que precisamos libertar e abraçar.
Para além disso, para podermos criar uma fotografia é necessário tanto a Luz como a Sombra. Sem luz não há imagem, sem a escuridão não há forma de fazer aparecer a luz com que criámos essa imagem. Tudo é feito de luz e sombra e ambas devem viver em harmonia para que em tudo na vida exista um equilíbrio.
Para este projeto optei pelo uso de material analógico (Canon EOS 100 e uma objetiva 17-54mm 4.5-5.6 e rolo Canon EOS 100 e uma objetiva 18-55 4.5-5.6), uma vez que a meu ver, a ideia de não saber no momento como estava a correr o meu processo criativo, era também uma forma de trabalhar as sombras dentro de mim, tanto o medo de não saber se o trabalho iria sair como desejava, como a libertação de uma criatividade muito mais focada e sem repressões, o abraçar o desconhecido que normalmente as sombras representam em nós.
Cláudia Andrade
27/07/2019


Nota biográfica
A minha relação com a fotografia começou com o meu pai. Era ele que fotografava como passatempo e foi ele que me incutiu o gosto por ela. Ele tinha câmeras que eu comecei a usar para fazer fotografia de paisagem e auto-retratos e comecei assim a perceber o efeito da luz e da sombra.
Apesar de não saber fotografar fora do modo automático, foi assim que comecei a explorar pela primeira vez enquadramentos e ângulos.
Quando comecei a sentir que não conseguia evoluir mais sozinha, surgiu a oportunidade de fazer o curso profissional de fotografia do Instituto Português de Fotografia, entre 2006 e 2008.
Logo na primeira aula, a minha vontade e motivação cresceram. Eu não queria só aprender a trabalhar com uma câmara. Eu queria aprender a fotografar, eu queria revelar e imprimir fotografias, sentir o cheiro dos químicos nas mãos. A curiosidade tornou-se num passatempo, o passatempo tornou-se numa paixão e a paixão tornou-se profissão.
Estagiei 3 meses na Revista Visão e mais 3 meses no jornal Público onde tive oportunidade de ver muita fotografia de grandes fotógrafos e de absorver os seus ensinamentos, bem como estar no campo e fotografar de tudo um pouco, desde concertos, exposições, conferências, retratos, estive em contacto com todo o tipo de fotojornalismo e foi a melhor escola que poderia ter tido.
Trabalhei posteriormente numa agência fotográfica onde tive oportunidade de fazer trabalhos para grandes empresas como a SATA ou para revistas como a GINGKO.
Hoje, embora já não seja a minha área profissional, a fotografia está e estará sempre presente em cada aspecto da minha vida.

 

Exposição de fotografia patente na Casa-Estúdio Carlos Relvas de 19 Agosto a 31 Outubro 2021