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Frederico dos Santos

 

 

Frederico dos Santos

 Nasceu na Golegã a 26 de Março de 1924. Desde muito cedo revelou uma grande paixão pelo cavalo e pelo touro, tendo chamado a atenção de Mestre Patrício Cecílio do qual foi o primeiro aluno na então famosa Escola de Toureio da Golegã, de onde vieram a sair alguns principais matadores de toiros portugueses. Iniciando uma carreira de sacrifício e glória, tendo atuado como novilheiro em diversas praças do país, em 23 de Junho de 1946 tomou a alternativa de bandarilheiro profissional, tendo mesmo granjeado um prémio da revista “Sector 1” pela facilidade e pelo brio demonstrado nas suas atuações. Tendo pertencido à quadrilha de Mestre Simão da Veiga, atuou também com os cavaleiros Dr. Fernando Salgueiro, Manuel Conde, José Maldonado Cortes e com os matadores Manolo Navarra, Paco Rais, Diamantino Vizeu e Fernando Segarra. Mas a sua grande paixão era a de montar a cavalo, arte em que se aperfeiçoou. Tendo tido um picadeiro em Montemor-o-Novo, apoiou José Mestre Baptista, Luís Miguel da Veiga, tendo mais tarde desenvolvido a sua arte em Oeiras, em casa do Dr. José Cunha, onde teve como aluno Frederico Cunha, assim como foi seu discípulo, Luís Rouxinol, entre outros. Em Maio de 1961, na Praça de Touros Daniel do Nascimento, na Moita do Ribatejo, tomou a alternativa de cavaleiro tauromáquico, concedida pelo saudoso Dr. Brito Paes, com toiros de Ernesto Castro. Na década de 60, Álvaro Domecq adquire-lhe dois cavalos, tendo-o convidado a ir a Jerez de la Frontera, onde acabou por ficar a trabalhar em casa de Manuel Delgado, de onde partiu para Itália, com cavalos em alta escola, com os quais integrou um importante circo. Radicando-se ainda na Alemanha, em Hamburgo, ali fez escola e divulgou as qualidades do puro sangue lusitano. Regressando a Portugal, em 1975, abre então um picadeiro no Cartaxo. Em 1977, José Elias Melancia Godinho, à época, Presidente da Câmara Municipal da Golegã, convida-o a instalar um picadeiro, na Casa Vaz, no qual durante uma década passaram inúmeros alunos, hoje exímios cavaleiros, e onde também foram ensinados cavalos para o toureio, como algumas montadas de Mestre Baptista e de Angel Peralta, entre outras. Para apoiar o seu filho, Francisco Fontan, que chegou a alcançar grandes êxitos nas arenas, fixou-se em Espanha, no ano de 1986, onde permaneceu até 2003, tendo entrado em diversas provas de ensino, nas quais obteve honrosas classificações, sendo mestre-equitador num picadeiro próximo de Madrid. Frederico dos Santos, regressou à sua terra natal, onde hoje reside, com um espírito vivo, animado pelas suas memórias e pela sua grande paixão — o Cavalo!