Data
23.07.2021 10:00 am - 11.09.2021 5:00 pmPraias de Portugal - Mostra Bilhete-postal
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MOSTRA BILHETE-POSTAL – PRAIAS DE PORTUGAL, DÉCADAS 50, 60 E 70
A prática dos banhos de mar e da ida à praia é um fenómeno que começa por ter razões de índole estritamente terapêutica, mas rapidamente se revela como uma prática de amplo significado cultural, mas também social, económico e político.
Em Portugal, durante a segunda metade do século XIX, algumas daquelas que hoje são praias de renome em Portugal conheceram o seu maior desenvolvimento como estâncias balneares.
A prática de ir à praia, fomentada pelos grupos sociais da burguesia, que estabelecia princípios de distinção social, foi-se generalizando às classes populares, em virtude de fenómenos como a massificação do turismo, a expansão do turismo internacional e as novas conceções sobre o corpo, que desenvolveria um modelo de praia diferente do anterior, voltado para as férias, para o sol e para o lazer.
A “praia terapêutica” foi, assim, dando lugar à “praia lúdica”, um local de encontros, lazer e descanso.
As praias socialmente “preferidas” e de” eleição” permaneceram essencialmente as mesmas durante as décadas de 30 e 40. A título de exemplo, e com base numa tabela “de classificação das praias do Continente”, a propósito das verbas a pagar “para armar barracas e toldos “, listam-se as seguintes praias de 1ª ordem: Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Granja, Espinho, Figueira da Foz, Cascais, Estoril e Praia da Rocha.
Nos anos 50, há a destacar igualmente o desenvolvimento de uma praia que se assumiria cada vez mais como a “favorita” das classes populares lisboetas, a Costa da Caparica, e que, de certa forma iria anteceder a viragem para as “praias quentes” do Sul do país na década seguinte.
As tradicionais praias do Norte e Centro mantiveram o seu prestígio natural até ao advento do “fenómeno algarvio”, na década de 60, com o começo da explosão do turismo no Algarve e da chegada em massa de turistas estrangeiros.
Esta fase de crescimento exponencial manter-se-ia até 1974, altura em que as conturbações políticas do país e a crise económica dos anos 70 lhe colocariam entrave.
A mostra que lhe apresentamos inclui bilhetes-postais originais das décadas de 1950 a 1970 que são exemplo das magníficas praias de Portugal e do ambiente veraneano destes tempos.
FONTE: Martins, Pedro Alexandre Guerreiro , Contributos para uma História do ir à praia em Portugal, [Dissertação de Mestrado em História Contemporânea]. Universidade Nova de Lisboa, 2011
Patente de 23.07 a 11.09
Biblioteca Municipal da Golegã