Exposição de fotografias de Carlos Relvas. Na Casa-Estúdio Carlos Relvas, Golegã. De 15 de janeiro a 15 de abril de 2019. 

A seleção de vistas de aldeias, paisagens rurais da autoria de Carlos Relvas (Golegã, 1838-1894) que apresentamos nesta exposição, é fruto da continuidade que o Município da Golegã, através do seu Pelouro da Cultura, continua a dar, ao estudo do legado de Carlos Relvas e, é mais um contributo para a valorização e divulgação das coleções de tão relevante autor da história da fotografia.

No decorrer dos últimos anos, o tratamento do espólio, tanto em termos documentais, como a nível de restauro dos negativos e transferência de suportes, tem contribuído para o aumento do interesse pelo seu estudo, investigação das coleções e divulgação de originais, através de exposições que recentemente têm vindo a público com abordagens em termos de análise técnica, mas também artística, com as várias tipologias das composições fotográficas de autor.

Dando continuidade à valorização das coleções originais, e também decorrente de recentes levantamentos no âmbito de projectos de investigação e expositivos, a Casa-Estúdio Carlos Relvas tem procurado dar o seu contributo ao estudo das coleções nomeadamente das campanhas fotográficas de Carlos Relvas, concretamente no que a esta exposição respeita, as campanhas realizadas no interior norte e centro do território português, procurando dar a conhecer uma série de imagens com relevância histórica e artística, representando Paisagens e Lugares, Vivências do quotidiano que sugerem uma significativa riqueza documental, histórica, e manifestações do património cultural e da sociedade portuguesa do mundo rural da segunda metade do século XIX. 

Esta magnífica série com a apresentação destas imagens cuja seleção remete para a temática da ruralidade, onde figuram mulheres, homens e crianças em contextos rurais, são nas paisagens do mundo rural de Carlos Relvas, deslocadas do simbolismo do mundo bucólico do retrato de estúdio estruturado. Neste tema, Relvas a introduzir através da sua lente, traços de uma ruralidade de regiões inóspitas, onde embora partindo de uma noção romântica de “retorno” e de origem, a fotografia é de certa forma, pelo próprio autor, apresentada (também) como meio de transmissão da “genuína” expressão cultural popular.